19 de agosto de 2008

Ano de Eleição

Procuro dissipar o estresse de várias maneiras, e colocar o blog em prática foi por causa disso. Pelas ecas do dia a dia que vão endurecendo a alma e diminuindo o sorriso, pior que isso: cala a gargalhada. Mas como esse espaço é livre-leve-e-solto, sem regras nem diretrizes, também quero fazê-lo como saquinho de pancadas, fala-que-te-escuto, ou seja lá o que for. Eu fui morar no meio do mato porque gosto do cheiro de terra, ar puro, pra ouvir passarinho, grilo, macaco, cachorro, qualquer coisa que não seja barulho de carro ou música sertaneja. Bom, a música sertanojo infelizmente é uma praga, principalmente no interior. Os caras que gostam até que tem o direito (!) de escutar, mas me obrigar a escutar já é demais. Tudo bem, a gente liga o amplificador e a guitarra e fica tudo elas por elas. Pô meu, tô o pó, volto pra casa mais cedo, que é coisa raríssima, feliz da vida, dia lindo, calor, a vida é bela... e? Começou a transformação da natureza. Tá, sei que isso não é novidade, a gente escuta falar todo dia do desmatamento, do progresso invadindo as áreas verdes, etc e tal. Mas VIVENCIAR isso é que é difícil. Quando a gente já está no meio do concreto, nem percebe quando uma das poucas árvores é cortada, pois nos acostumamos com o cinza. Primeiro vieram os postes de luz, e à noite não vemos mais tantas corujas quanto antes. Muito menos vagalumes. Agora vem o sufocante asfalto tapar a terra, diminuir o seu cheiro, acabar com a poeira, e dar mais espaço e velocidade à poluição, aos carros, aos estressados que não sabem dirigir a 40 por hora. Observem, dentro de poucos dias ou semanas, essa estrada deixará de ser assim. E com o passar do tempo, o mato em volta vai diminuir. A cerca será destruída, as árvores arrancadas, tudo em nome do progresso da região, para atrair mais turistas (que turistas?), gerar renda, grana, plástico, lixo. É, acho que a idéia de ir pro Pantanal começa a fazer sentido. Mas lá também estão destruindo...

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